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Trilho da Água
Partimos à descoberta de Vilarelhos, localidade de origem muito antiga pois na área da freguesia existem vestígios romanos, com uma importância económica patente no mais importante monumento civil do concelho, o solar do Morgado de Vilarelhos, de arquitetura barroca. O ponto de partida é o largo da Igreja Matriz, dedicada a S. Tomé, destacando-se a torre sineira, característica pouco comum nos edifícios religiosos do concelho.
Passamos pelo solar do Morgado de Vilarelhos, de 1744, com planta em U e capela privada. Terra de Camilo de Mendonça, bisneto daquele Morgado, Eng.º Agrónomo, político e dirigente corporativo que se notabilizou como o impulsionador do Complexo Industrial do Cachão, um empreendimento agro industrial que contribuiu para revolucionar a agricultura tradicional do nordeste de Portugal. Situada no fértil Vale da Vilariça, possui terrenos incluídos na Região Demarcada do Vinho do Douro, pelo que a vinha e o olival são as principais riquezas da sua população, ainda que atualmente a fruticultura e a horticultura tenham cada vez mais importância.
Seguimos até à barragem do Salgueiro, de água límpida e de magnífica beleza natural envolvente.No alto, imponente, a ermida de Nª Sr.ª dos Anúncios, que todos os anos acolhe o povo em romaria, no mês de agosto. Seguimos por Santa Justa e aqui encontraremos outro solar, também com capela privada, continuando depois para a barragem com o nome desta localidade, situada entre o vale e os montes que a partir dali ladeiam os cursos de água que nascem no planalto de Alfândega da Fé. De volta ao ponto de partida percorremos zonas de vinha, fruticultura e olival, terminando em Vilarelhos.
Ficha Técnica:
Tipo de percurso: circular
Distância: 9.5 km
Duração: 4h00m
Dificuldade: algo dificil
Tipo de piso: misto
Altitude máxima e mínima em mt: 271 | 202 -
Trilho da Ribeira do Rabo de Burro
Iniciando-se em Soeima, na encosta sul da serra de Bornes, a 1000 metros de altitude, este trilho permite avistar dezenas de povoações, mesmo de outros concelhos. O nome da localidade vem do moçárabe “Soleima”, que tanto pode significar forte, como paz. Por volta do século XIII este território pertencia a um importante nobre da região, D. Nuno Martins, de Chacim, que foi aio de D. Dinis. Até 1853 a localidade pertenceu ao antigo concelho de Chacim, que nesta mesma data passou a ter como sede Macedo de Cavaleiros. Em 1855 os territórios de Soeima e Gebelim entraram para o concelho de Alfândega da Fé.
O percurso inicia-se no largo da aldeia, um espaço de convívio tradicional adornado com uma fonte, com a capela de Nª Sr.ª do Rosário e com um cruzeiro de 1940. Deste local seguimos até junto de uma fonte de mergulho e de um lavadouro público que ainda é utilizado pela população. Já num caminho rural, apreciamos a beleza natural dos soutos de castanheiros. A castanha continua a ser um dos principais produtos agrícolas da aldeia. A descer vamos ter à ribeira do Rabo de Burro, zona de moinhos de água, alguns em bom estado de conservação, sendo visíveis as suas peças. A moagem dos cereais, nomeadamente do centeio, teve em tempos uma grande importância no concelho. As gentes de Soeima conseguiam produzir este cereal até aos 1100m de altitude.
A viagem prossegue e por entre uma beleza natural única chegamos à aldeia de Gebelim, cujo nome poderá ser de origem árabe, proveniente de “jabalon”, que deriva de “javal” e significa monte ou montes. Na aldeia podemos ver uma fonte de mergulho restaurada, alguns chafarizes e vários nichos, incluindo um maior e mais recente, dedicado a S. Martinho, orago da paróquia, terminando o percurso neste local.
Ficha Técnica:
Tipo de percurso: linear
Distância: 4.7 km
Duração: 2h00m
Dificuldade: fácil
Tipo de piso: terra
Altitude máxima e mínima em mt: 875 | 616 -
Trilho das Capelas
Saímos do largo de Gouveia, junto ao cruzeiro antigo, para a capela de Nª Sr.ª do Rosário, construção que pode ser de origem seiscentista, atualmente com características rococó e neoclássicas. De volta ao cruzeiro, passamos pela Igreja Matriz, de 1725 e alvo de alterações nos séculos XIX e XX, também com traços rococó e neoclássicos, destacando-se a torre sineira, uma das cinco existentes no concelho. Por entre estevas, giestas e sobreiros, seguimos até ao alto da serra da Gouveia, daí descemos até Sendim da Serra, em cuja Igreja Matriz se encontram os painéis de Jerusalém, atribuídos a Bento Coelho de Silveira, pintor régio do séc. XVII.
Depois das energias retemperadas e por entre a beleza dos campos e o rasgar do horizonte, chegamos à ermida de St.ª Eufémia, em cujas proximidades pode ser visitada uma necrópole medieval com três sepulturas escavadas no afloramento xistoso. O edifício é pequeno e de arquitetura simples, com um bonito alpendre frontal.
Chegamos à capela de Nª Sr.ª de Jerusalém, construção seiscentista, único edifício religioso do concelho com planta cruciforme, sujeita a várias obras ao longo dos tempos, apresentando atualmente um frontispício com traça neoclássica onde se destaca o nicho e o portal com arco de volta perfeita. No seu interior existe um importante conjunto de pinturas, não restauradas, executadas em diferentes técnicas e suportes e também de cronologias distintas; na capela-mor, do lado do Evangelho, resta uma composição com a representação de Santa Luzia, executada a fresco de finais do séc. XVII, início do XVIII. Este conjunto pictórico integra ainda elementos decorativos que se desenvolvem ao longo das cantarias dos arcos e pilastras do transepto, assim como na base de cantaria do retábulo-mor, datáveis do séc. XIX.
O trilho não fica completo sem a visita ao Calvário, na aldeia de Cerejais, que faz parte do Santuário Mariano, local de culto de inúmeros visitantes e peregrinos de todo o País, considerado uma presença de Fátima no Nordeste Transmontano.
Ficha Técnica:
Tipo de percurso: linear
Distância: 9 km
Duração: 4h00m
Dificuldade: difícil
Tipo de piso: terra
Altitude máxima e mínima em mt: 653 | 269 -
Trilho da Serra da Gouveia
Localizado no coração da serra da Gouveia, no extremo sudoeste do concelho, envolve parte dos termos de Gouveia, Sendim da Serra e Cabreira. Partimos do largo da aldeia da Gouveia, nome que poderá derivar de “gouvir”, cujo significado é “gozar” no sentido de estar bem, junto ao cruzeiro antigo, em granito, com soco e base de secção circular, capitel cúbico e cruz latina simples. Seguimos até a um caminho em terra batida que nos conduzirá à cumeada da Serra, por entre sobreiros, estevas e giestas.
Chegamos ao ponto culminante deste percurso: o Marco Geodésico da Gouveia, com uma altitude de 653 metros e uma vista única e majestosa! Aqui encontramos vestígios de um povoado fortificado, observando-se parte de um muro com técnica construtiva diferente da dos restantes povoados deste tipo existentes no concelho. Caminhamos em direção a Sendim da Serra, localidade onde se pode visitar a antiga escola primária, transformada em alojamento rural. Depois das energias e forças retemperadas seguimos caminho até ao núcleo rural da Cabreira, visitando a Fonte da Saúde; dizem os mais antigos que lhe foi atribuído este nome porque antigamente um velhinho, muito doente, que não pertencia ao povoado, ali ia buscar água para beber e cozinhar pois, segundo ele, lhe dava saúde.
Por fim, seguimos até ao ponto de partida do nosso percurso. Aceite a nossa sugestão e finalize este percurso com o merecido descanso numa outra antiga escola primária, em Gouveia, também convertida em unidade de alojamento.
Ficha Técnica:
Tipo de percurso: Circular
Distância: 8.9 km
Duração: 3h30m
Dificuldade: Difícil
Tipo de piso: Misto
Altitude máxima e mínima: 653 | 475 -
Trilho da Serra de Bornes
Bem no coração da serra de Bornes vale a pena deixarmo-nos levar por esta aventura. Partimos do marco geodésico de Bornes, a uma altitude de 1200 metros, desfrutando de uma vista maravilhosa que se estende até às serras do Marão e Estrela e outras em Espanha. Seguindo caminho passamos pelo parque eólico, em funcionamento desde maio de 2009, com 29 aerogeradores que produzem energia equivalente a três vezes o consumo total dos concelhos de Alfândega da Fé e Macedo de Cavaleiros.
Ao longo do trilho podemos apreciar os soutos de castanheiros, que produzem castanha de excelente qualidade, fruto com grande importância na economia das populações da Serra. Para além dos soutos e oliveiras, surgem de forma espontânea e regularmente dentes-de-leão, o rosmaninho, ou arçã, estevas e giestas de flor branca. Com um pouco de sorte poderá avistar algum animal selvagem, dos muitos que ainda têm como habitat estas montanhas, como esquilos, coelhos, javalis, corsos e raposas, ou simplesmente répteis e diversas espécies de borboletas e aves.
O percurso leva-nos a conhecer o núcleo rural de Vila Nova, cujo santo padroeiro é São Roque, protetor do gado. Seguindo sempre por caminhos rurais e se for a época própria, podem observar-se várias espécies de cogumelos, como Vaquinhas ou Línguas de Vaca, Rocos, Sanchas ou Míscaros, que só devem ser apanhados por pessoas conhecedoras.
Ficha Técnica:
Tipo de percurso: Circular
Distância: 8.04 km
Duração: 3h00m
Dificuldade: Algo difícil
Tipo de piso: Misto
Altitude máxima e mínima em mt: 1185 | 840 -
Trilho de Alvazinhos
Saímos do Hotel & SPA, localizado em plena serra de Bornes, a uma altitude de 1050m. Durante o percurso podemos maravilhar-nos com as belas paisagens que nos rodeiam: zonas de pasto, campos de cultivo, lameiros e bosques, onde se encontram orquídeas selvagens. Um pouco antes de chegarmos a Alvazinhos passamos por Vales, podendo aqui pernoitar na antiga escola primária, hoje transformada em alojamento rural.
A caminhada pode proporcionar a observação de algumas aves de rapina, como o Milhafre-preto, ou outras mais difíceis de observar, como o Melro azul e também algumas espécies cinegéticas, como a Perdiz ou o Coelho. Na época própria encontram-se vários tipos de cogumelos, como as Sanchas, os Míscaros, os Moncosos e os Rocos, ou Frades, que só devem ser apanhados por pessoas conhecedoras. Finalmente, chegados à Vila, entramos na zona antiga, visitando a Igreja Matriz, com características do séc. XVI, a capela dos Ferreira, com um brasão eclesiástico picado no séc. XVIII e o Largo do Castelo, que foi seguramente a zona central do castelo medieval, mandado construir por D. Dinis.
Como a caminhada foi longa, descansamos na imensa paisagem do miradouro, onde se ergue uma imponente obra de arte urbana que coexiste com a antiga eira empedrada, que serviu para malhar o cereal que em tempos foi abundante nos campos do termo da Vila.
Ficha Técnica:
Tipo de percurso: linear
Distância: 13 km
Duração: 5h00m
Dificuldade: algo difícil
Tipo de piso: terra
Altitude máxima e mínima em mt: 1047 | 580 -
Trilho de Vilares da Vilariça
Em Colmeais, anexa da freguesia de Vilares da Vilariça, aparecem as primeiras marcações no largo da antiga escola primária, hoje recuperada e transformada em alojamento rural, que indicam o “caminho a seguir”. Terra de granito, na aldeia merece visita a eira pública e a fonte de mergulho. A descida faz-se por um caminho rural em direção à Quinta da Madureira e barragem do Salgueiro, com passagem por soutos de castanheiros.
Estes soutos são de grande importância económica, pois contribuem para a diversificação das receitas dos povos da montanha, pela produção e colheita de castanha de excelente qualidade e de diversas espécies micológicas, como os Míscaros e Laranjinhas. Do ponto de vista ambiental, são habitat de inúmeras espécies de fauna selvagem que aqui se reproduzem e encontram alimento. Depois de percorridos 4,2 quilómetros entramos na aldeia de Vilares da Vilariça, situada na parte superior do vale e detentora de um rico património de arquitetura civil e religiosa, incluindo um solar brasonado.
Prosseguimos o caminho, agora a subir, desfrutando da maravilhosa vista sobre o vale da Vilariça, barragens da Burga e do Salgueiro, rodeados de apreciável diversidade de espécies da flora selvagem e de culturas agrícolas. De regresso a Colmeais entramos num antigo caminho de ligação entre as duas povoações, quase todo ele empedrado, mantendo as características originais da construção. Ainda que a subir, a flora e as inúmeras espécies de aves e insetos fazem com que o percurso pareça curto, terminando no mesmo local em que teve início.
Ficha Técnica:
Tipo de percurso: circular
Distância: 7.2 km
Duração: 4h00m
Dificuldade: difícil
Tipo de piso: misto
Altitude máxima e mínima em mt: 710 | 390 -
Trilho do Forno da Cal
Iniciamos a viagem em Gebelim, freguesia que se situa num vale, entre dois ribeiros, em plena serra de Bornes. Até 1853 a localidade pertenceu ao antigo concelho de Chacim, que nesta mesma data passou a ter como sede Macedo de Cavaleiros. Em 1855 o território de Gebelim entrou para o concelho de Alfândega da Fé.
Saindo do largo da aldeia, seguimos até ao Santuário de S. Bernardino, cuja capela de estilo barroco, construída em 1743, é imóvel de interesse público. A capela, ainda hoje palco de importante romaria anual, tem uma fachada simples e um alpendre lateral com quatro pilares de granito. Na capela-mor existe um apreciável painel em caixotões retratando a vida de S. Bernardino de Sena.
Prosseguimos com passagem pela “casa da floresta”, antigamente casa do guarda-florestal e família, encarregado de vigiar toda a área envolvente da montanha. Já a descer e com uma paisagem maravilhosa sobre Gebelim, repleta de castanheiros, pinheiros e variadíssima vegetação autóctones como a giesta e a esteva, chegamos ao Forno da Cal. Forno centenário procurado por muita gente da região onde era produzida a cal, pela abundância de muita pedra calcária, serviu a aldeia durante vários anos e deu trabalho a muitas pessoas. Com a modernização e existindo matéria-prima mais barata, o forno acabou por ser desativado em meados do séc. XX.
Ficha Técnica:
Tipo de percurso: circular
Distância: 5.09 km
Duração: 2h00m
Dificuldade: fácil
Tipo de piso: terra
Altitude máxima e mínima em mt: 874 | 701 -
Trilho do Sabor
Iniciamos junto aos tanques comunitários de Parada, em direção do lar da 3ª idade, prosseguindo pela estrada municipal, até a um caminho rural por onde passam ainda carros de tração animal e muitos rebanhos de ovelhas. Mais adiante surge o estradão do Santuário de Stº Antão da Barca e aí começamos a vislumbrar a grande mancha de água da albufeira do Baixo Sabor. Aconselha-se uma paragem para apreciar paisagens de cortar a respiração, o azul da água da albufeira, o verde dos zimbros e com alguma sorte avistar várias aves de rapina.
Após a passagem pelo viaduto da estrada Mogadouro/Alfândega da Fé entramos numa calçada que conduz ao Santuário de Stº Antão da Barca, cuja capela é do séc. XVIII, com importantes pinturas murais no seu interior, trasladada para o atual local num processo de preservação patrimonial que assumiu características únicas no país. O novo santuário é constituído pela antiga capela e por edifícios construídos de raiz, como a hospedaria, o bar restaurante e o espaço museológico, onde os visitantes poderão apreciar uma exposição impactante de fotografia e multimédia, "Rostos de Devoção", onde a Fé se revela através da Luz e do Olhar e também um conjunto de “ex-votos”, oferecidos pelos milagres concedidos, considerado um aspeto distintivo deste santuário ribeirinho.
Finalizamos o percurso através de um caminho de terra batida que conduz à margem da albufeira, onde futuramente se localizará uma praia fluvial.
Ficha Técnica:
Tipo de percurso: linear
Distância: 8.5 km
Duração: 4h00m
Dificuldade: difícil
Tipo de piso: misto
Altitude máxima e mínima em mt: 710 | 390