A lenda dos Cavaleiros das Esporas Douradas tem origem no tempo da reconquista Cristã da Península. Altura em que as lutas entre mouros e cristãos eram frequentes, época em que a história se confunde com as histórias transmitidas de geração em geração. Verdade ou não explica o próprio toponímico do concelho e a formação da localidade.
Conta a lenda que durante a ocupação Muçulmana existia nestas terras um mouro que espalhava o terror na região. Abdel-Alí tinha o seu Castelo no Monte carrascal, próximo da atual localidade de Chacim e dominava toda a região. Senhor destas paragens, exigia como feudo a entrega de um determinado número de Donzelas. Abdel-Alí obrigava a população a dar-lhe conta de todos os casamentos que se realizavam na região, exigia saber o nome de cada donzela que ia contrair matrimónio e se quisesse podia possuí-la. Este imposto ficou conhecido como o “Tributo das Donzelas”
Mas o casamento de dois jovens haveria de mudar o destino da população e do mouro malvado. O anúncio da união entre Teolinda, filha de D. Rodrigo Ventura de Melo, Senhor de Castro e Casimiro, filho de D.Pedro Rodrigues de Malafaia, líder dos Cavaleiros das Esporas Douradas, faz inverter o rumo dos acontecimentos.
A cobrança do tributo por parte do Mouro revolta a população. É então que os “Cavaleiros das Esporas Douradas” organizam uma investida contra o infiel. Conta o povo que tal batalha não foi fácil, os Cristãos chegaram mesmo a estar em desvantagem. Foi então que apareceu Nossa Senhora que com um bálsamo que trazia na mão foi reanimando os mortos e curando os feridos. A luta aumentou, então, de intensidade e os invasores acabaram por ser expulsos destas terras, pondo-se assim fim ao “Tributo das Donzelas”.
No local construiu-se uma capela em homenagem a Nossa Senhora, hoje Santuário de Balsamão, o lugar de tão grande Chacina deu origem a Chacim e Alfândega, graças à bravura e valentia dos seus Cavaleiros das Esporas Douradas, e em nome da Fé cristã passou a designar-se Alfândega da Fé.